Entenda a utilização de carboidratos e o seu papel na dieta comercial para cães e gatos.

Assim como os humanos, os animais de companhia precisam consumir alimentos balanceados, que atendam todos os requisitos nutricionais para uma dieta saudável e equilibrada, contribuindo para o desempenho de suas atividades vitais. Dentre todos os nutrientes que compõem um alimento – água, carboidrato, proteínas, lipídios, vitaminas e minerais – somente os carboidratos não estruturais, as fontes lipídicas e as proteínas são considerados matérias-primas energéticas.

O carboidrato é um macronutriente, constituído por moléculas de carbono, hidrogênio e oxigênio, considerado uma importante fonte de energia nos alimentos secos para pets. São fundamentais para o processo de extrusão e seus níveis tendem a ser maiores em alimentos secos do que em semiúmidos. O nível de inclusão dos carboidratos não estruturais, como o amido, varia de acordo com a categoria dos alimentos comerciais, fornecendo de 30 a 60% da energia metabolizável. Vale ressaltar que os amidos são os principais carboidratos presentes nos alimentos, uma vez que contribuem para a palatabilidade, além de atuar na forma, textura, dureza e densidade do extrusado.

De acordo com a análise de rotulagem dos alimentos para pets produzidos no Brasil, há diversas matérias-primas provenientes dos carboidratos que são utilizadas como fonte energética, sendo algumas delas: milho, arroz integral, quirera de arroz, farelo de trigo e sorgo. Outro ingrediente em destaque é a batata-doce, por apresentar melhores respostas glicêmicas e, segundo pesquisas recentes, foi constatado que possuem benefícios à saúde intestinal pois promovem maior saciedade, além de favorecer a formação adequada dos kibbles (grãos).

Apesar de ser um importante nutriente na composição dos alimentos para cães e gatos, existem muitos mitos em torno do consumo do carboidrato, já que ambas as espécies podem sintetizar sua própria glicose a partir de aminoácidos. Há um debate sobre o seu consumo em dietas para gatos, já que, por ser considerado um carnívoro metabólico, a princípio sua dieta possuía maior quantidade de proteínas e pouco carboidrato. Entretanto, com o advento da alimentação comercial, esse cenário se modificou. Estudos recentes comprovaram que os alimentos secos não afetam o risco de desenvolvimento de doenças como diabetes mellitus e obesidade nos animais, uma vez que podem estar associados a condições externas. Vale ressaltar que os gatos são capazes de utilizar carboidratos como fonte de energia desde que sejam processados de maneira adequada.

É evidente que os carboidratos desempenham diferentes funções na dieta, uma vez que, diante da perspectiva nutricional e suas classificações, podem ser empregados como fonte de energia para os animais por meio da glicose ou utilizados no fornecimento de fibras, com o intuito de promoverem maior saciedade e contribuir com a saúde intestinal.

Portanto, considerando que os carboidratos são importantes fontes de energia da dieta, se faz necessário conhecer sua composição e o aproveitamento nutricional para cães e gatos, além do processamento ao qual as matérias-primas serão submetidas para a produção do alimento.