Conheça os cuidados básicos de manejo e interação ao trazer um felino à família.

Cada vez mais as famílias brasileiras se encantam pelos felinos, aumentando o número de gateiros engajados e preocupados em oferecer o melhor para seu bichano. A seguir listaremos alguns cuidados e curiosidades que podem auxiliar esses devotos tutores.

Gateiros de primeira viagem

Ao adotar um felino, seja filhote ou mais velho, é preciso tomar alguns cuidados, válidos tanto para aqueles que nunca tiveram um gato como para quem tem já tem um gato ou cachorro em casa e quer aumentar a família de pets.

Ao adotar um felino é preciso primeiramente certificar-se de sua saúde. Isso inclui encontrar um médico-veterinário de sua confiança e seguir os protocolos de vacinação, vermifugação e demais cuidados. Para saber mais, veja a matéria: a importância da vacinação dos pets.

Sobre a preparação de sua casa ou apartamento, existem alguns pontos básicos que devem ser conferidos antes da chegada do novo gato. É preciso, por exemplo, preparar o lugar em que ele vai ficar até que se adapte ao novo ambiente. Para isso, adquira antecipadamente um comedouro, pote de água, caixa de areia, substrato para a caixinha, alguns brinquedinhos e um arranhador.

A seguir vamos falar sobre os itens básicos, e como deve ser feito o manejo de cada ponto essencial para promover bem-estar e saúde ao seu felino.

Itens básicos e manejo

Nutrição: a alimentação é um dos pilares da saúde e longevidade. Para saber mais sobre esse assunto, leia a matéria especificidades sobre manejo e nutrição de felinos: equilíbrio para a longevidade.

Comedouro: existem várias opções no mercado. O ideal é que o comedouro seja largo, evitando que o gato encoste seus bigodes na borda, pois isso pode incomodá-lo. Uma ideia é utilizar bowls ou pires que sejam fáceis de higienizar.

Bebedouros: lembre-se de usar recipientes largos, e se possível invista em uma fonte para incentivar a ingestão de água dos bichanos, que adoram água corrente.

Caixa de areia (liteiras): ao escolher a caixa de areia para seu felino, leve em consideração a altura e tamanho da caixa - ela deve ter diâmetro e largura suficientes para que o animal consiga dar a volta ao redor de si mesmo dentro da caixinha. No caso de gatinhos mais bagunceiros, pode-se optar por caixas mais altas. Porém, se for um gato já idoso, as caixas baixas funcionam melhor, facilitando que o idoso suba na caixinha com mais facilidade.

Tipo de substrato para a caixa: ao escolher a melhor “areia” para seu bichano, você se deparará com inúmeras opções e preços. Existem aquelas que podem ser descartadas no vaso sanitário (feitas a partir de mandioca, milho ou casca de pinus), de sílica (absorvem bem a urina do animal reduzindo o odor da caixa), entre outras. Veja qual se adequa melhor ao seu animal e quanto você pode e deseja investir. Se mora em um apartamento pequeno, talvez seja melhor investir em uma areia de melhor qualidade para evitar maus odores.

Uma curiosidade interessante é que os gatos têm preferência por determinados tipos de areia, devido a fatores como textura e cheiro. Por isso, ao trocá-la, é interessante fazer isso gradualmente, acompanhando a adaptação do gato. Alguns podem detestar um tipo de areia e começar a urinar fora da caixinha.

Manejo: o ideal é que o substrato das caixas seja trocado semanalmente (em geral, os substratos possuem indicação de uso e troca na embalagem) e suas liteiras higienizadas com água e sabão, podendo também ser utilizados produtos eliminadores específicos para gatos e indicados para este fim.

Gatos são animais muito higiênicos. Caso estejam fazendo suas necessidades fora da caixinha, isso pode significar que ela está inadequada para uso ou até mesmo ser indicativo de algum problema de saúde. Fique atento, se o problema persistir procure um médico-veterinário

Arranhadores: como dito anteriormente, gatos são muito territorialistas. Uma maneira de marcarem seu território é arranhando móveis, como camas e sofás. Também podem arranhar como um sinal de brincadeira, chamando seus donos para participar. A dica é investir em arranhadores verticais e/ou horizontais. Se o problema persistir, interaja com o gatinho próximo ao arranhador usando outros brinquedos até que ele associe que aquele local é dele e é permitido arranhar. Hoje também é possível encontrar análogos sintéticos de odores felinos que reduzem a arranhadura em locais indesejáveis.

Bem-estar felino

Enriquecimento ambiental

Hora da brincadeira

Os picos de atividade de gatos são sempre no início da manhã e da noite, então é importante incentivar brincadeiras e oferecer novos desafios a eles! Diferentemente do que muitos pensam, gatos amam interagir com seus donos. Junto com as brincadeiras, eles necessitam de 30 a 40 minutos de atividades diárias de exercício. Existem muitos brinquedos que estimulam o aprendizado dos gatinhos, mas você pode confeccionar alguns muito atrativos para os bichanos gastando pouco.

Uso de prateleiras e caixas de papelão

Gatos possuem instintos caçadores. Na natureza, gostam de permanecer em locais seguros, de onde possam vigiar suas presas. Por esse motivo, locais altos como prateleiras e caixas fazem tanto sucesso, já que estimulam seus instintos e os tornam mais ativos, relaxados e felizes.

Análogos sintéticos de odores felinos

Um dos artifícios mais recomendados pelos gateiros em casos de dificuldade na adaptação de gatos ou para aliviar períodos de estresse é o uso de análogos sintéticos felinos, que promovem conforto e bem-estar. É possível encontrar odores específicos para animais estressados, para estimular os animais a arranharem locais específicos e até mesmo para auxiliar na adaptação e interação entre gatos. São um ótimo investimento!

Hora do banho

Gatos possuem línguas ásperas que removem a pele morta e pelos, realizando uma autolimpeza eficaz! Por esse motivo, banhos frequentes não são indicados! Procure dar banhos em seu pet apenas quando necessário.

Caixa de transporte

Existem muitos modelos de caixa de transporte. Veterinários preferem aqueles que permitem o desencaixe da parte superior, facilitando o manejo dos felinos durante a consulta e fazendo com que eles se sintam seguros.

Ao adquirir uma caixa de transporte, a mantenha sempre limpa e à vista do gato. Dessa maneira ele irá se acostumar a ela, sendo menos estressante ao precisar usá-la para transporte. Neste momento, procure também colocar uma cobertinha ou almofada para que ele fique mais confortável.

Dicas de segurança

Telas

Gatos são animais muito curiosos, e sempre vão querer explorar o ambiente.  Em apartamentos, é essencial possuir telas de proteção para evitar acidentes. Um detalhe muito importante são janelas de cozinha ou banheiro que abrem para fora e ficam impossibilitadas de serem teladas. Estas devem permanecer fechadas o tempo todo.

Objetos perigosos

Gatos são muito curiosos, independentemente da idade. Por esse motivo, tome cuidado com objetos pequenos como linhas, agulhas, grampos, elásticos de cabelo, fitas e qualquer outro tipo de objeto que seu animal possa ingerir, pois as consequências podem ser severas.

Acesso à rua

De modo geral, gatos não devem ter acesso à rua porque sofrem risco de se contaminarem com doenças transmissíveis, brigarem com outros animais, serem atropelados ou sofrerem maus tratos, além de - em caso de animais não castrados - se reproduzirem, aumentando ainda mais o número de animais abandonados. Restringir seus animais a sua casa fará com que ele viva muito mais e em segurança.

Hora do deslocamento

Ao transportar seu gato use a caixinha de transporte. Nunca o leve no colo, pois gatos são animais que se estressam com mudanças, e podem se assustar facilmente com algum barulho ou fator estranho a ele, podendo fugir e machucar a si mesmo ou a quem o segura.

Com as caixas, os cuidados são:

- Prendê-la no cinto de segurança para que fique segura no caso de um acidente ou freada brusca.

- Se o gato for muito estressado, cobrir a caixa com um pano ou coberta antes de sair de casa, para evitar que ele se assuste durante o deslocamento. 

Socialização com a família e outros pets

Socialização com a família

Gatos, apesar de curiosos, podem ser muito ariscos em um primeiro contato com novas pessoas e um novo ambiente, então tenha paciência. Deixe o gatinho cheirar e demonstrar sinais de que está confortável, e aos poucos você conhecerá o limite do novo integrante da família. Procure fazer as primeiras interações em ambientes tranquilos e seguros, evitando o risco de fugas, porém deixe o gatinho à vontade caso ele queira se esconder embaixo dos móveis ou caixas.

Crianças

Aqui vai um ponto de atenção: animais não são brinquedos, e é importante ensinar a criança a respeitar o novo animal, entendendo que ele sente dor e que pode se estressar e machucar a si próprio ou a ela.

Segundo a pediatra Loizidelle Sanchez, a convivência harmoniosa entre pets e crianças pode ensinar aos pequenos sobre responsabilidade, empatia e o mais interessante: ajuda a melhorar a imunidade! Sim, já é comprovado cientificamente que os pets colaboram tanto para saúde mental quanto física das crianças.  

Interação com cães

Muitas pessoas que já possuem cães têm receio em adotar um felino, por medo de que a convivência entre as duas espécies não corra bem.  Com certeza se um ou mais cães já habitam a casa, antes de adquirir um gato deve ser feita uma avaliação e planejamento adequados para concluir se é possível fazer essa interação de forma positiva.

Primeiramente avalie se terá paciência em promover a introdução e integração entre as duas espécies. Muitos adotam um outro animal e desistem rapidamente, pois tinham a ideia de que a interação seria fácil. Lembre-se que estamos falando de uma vida e não um brinquedo. Antes de tomar essa decisão, tenha em mente que cães e gatos mais velhos, com sinais de estresse e agressividade, serão muito mais difíceis de se adaptar. Existem casos de incompatibilidade de pets de mesma espécie e espécies diferentes. Entretanto não desanime, em muitos casos a convivência pode ser harmoniosa!

Ao decidir adquirir o novo membro, lembre-se que são espécies diferentes e que para ambos tudo é novidade. Quando ele chegar, o aloje em um cômodo arejado e tranquilo da casa, para que possa se acostumar com os novos sons, cheiros e pessoas do ambiente. Lembre-se de sempre deixar água fresca e alimento disponíveis, além de caixa de areia limpa. Alguns brinquedinhos e local para repousar também são importantes para sua adaptação.

Os primeiros contatos sempre devem ser feitos em ambientes monitorados e seguros (não soltos pela casa), e se possível com 2 pessoas para conter os animais, caso preciso. Deixe um deles em ambiente protegido e permita que o outro o cheire. Em caso de estresse não insista. Separe-os, faça reforços positivos e tente novamente no próximo dia.

Feito isso, reveze os animais. Aquele que ficou preso agora fica mais livre para cheirar e conhecer o outro animal e vice-versa. Caso um deles ameace atacar, não os puna fisicamente ou grite. Repreenda com moderação e os tranquilize. Faça esta interação até perceber que ambos os pets estão se sentindo seguros, e repita o procedimento quantas vezes e dias achar necessário.

Quando sentir que ambos podem conviver soltos, continue as interações monitoradas por um tempo até que realmente a convivência se torne pacífica. Uma dica importante é que mesmo com a convivência tranquila, os comedouros, bebedouros e outros itens de seus pets fiquem em cômodos separados. Ambas as espécies são territorialistas e ficarão muito mais confortáveis assim.

Interação entre gatos

Ao adquirir um felino, alguns proprietários podem querer adotar um amiguinho para ele. Todavia, muitos acabam tendo experiências desastrosas ao inserir um novo gato no lar, por não conhecerem algumas dicas básicas de interação. Neste caso, o primeiro contato pode definir como será a convivência entre seus gatos, portanto tenha paciência e tranquilidade. Com calma, as chances de dar certo são altas!

Tanto para o gato já residente na casa quanto para o novo membro, essa é uma situação totalmente nova - novos cheiros, disputas por território e atenção - por isso, o primeiro passo é não se estressar.

É recomendado por médicos-veterinários comportamentalistas em felinos que se separe os animais por um tempo antes de colocá-los frente a frente. Não há uma regra específica quanto ao número de dias que os animais devem permanecer separados, por isso caso haja alguma dificuldade procure um especialista que possa te ajudar. A sugestão é que o novo membro permaneça em um cômodo arejado e tranquilo, tenha caixa de areia, água, comida e alguns brinquedinhos para distraí-lo, como caixas de papelão, arranhadores e outros brinquedos específicos para gatos.

Nesses primeiros dias é permitido ter interações entre os gatos, mas sempre monitoradas pelos donos e em curtos períodos (meia hora por dia, por exemplo), a fim de que eles se acostumem aos poucos um com o outro e não se machuquem. Sempre dê reforços positivos aos antigos e novos pets, para que eles associem essa nova situação a algo prazeroso e seguro para eles.

Após essa fase de adaptação, chegou a hora de fazer com que eles interajam mais. De maneira segura e monitorada, vá aos poucos liberando o novo morador para conhecer outros cômodos, e fique de olho na maneira como os gatos se comportam. Quando perceber que ambos se sentem mais seguros, promova brincadeiras para que interajam.

Gatos dão sinais bem claros de quando estão relaxados ou não. É possível notar pela linguagem corporal e vocalização se estão confortáveis com a situação. Alguns artifícios podem auxiliar ainda mais esta fase de adaptação, como caprichar no enriquecimento ambiental e investir em análogos sintéticos de odores felinos, que promovem uma interação mais pacífica entre os bichanos. Enfim, quando os gatos começarem a interagir e a paz estiver estabelecida todos saem ganhando: eles ficam felizes e os gateiros mais ainda!

Ter um ou mais gatos na família é uma experiencia incrível. Esses amigos peludos são muito carinhosos e brincalhões, e com certeza deixarão seu lar muito mais animado e feliz!