A castração é um procedimento muito indicado por médicos-veterinários. Além de ser eficaz no controle populacional de animais urbanos, também proporciona diversos benefícios à saúde e bem-estar. Mas é importante lembrar que após a castração os animais podem ficar mais propensos ao ganho de peso. Por isso é recomendado fornecer um alimento específico para gatos castrados.

Veja a seguir o que ocorre com o metabolismo dos gatos após a castração:

Dentre as principais alterações fisiológicas que ocorrem após a castração, é possível citar a diminuição da concentração de hormônios reprodutivos como o estrógeno, progesterona e testosterona, que também atuam no metabolismo geral.

A redução de estrógeno pós-castração pode estar relacionada à diminuição das atividades físicas e falha na regulação do apetite devido a sua ação com a leptina, hormônio hipotalâmico que interage com o estrógeno e é responsável pelo controle da ingestão de alimentos e saciedade.

Após a castração há uma redução da taxa metabólica basal entre 24 e 33%. Associado a isto, os gatos castrados, na maioria das vezes, vivem um estilo de vida sedentário, com baixa atividade física, e são alimentados em esquema de fornecimento "ad libitum" (à vontade), que não leva em consideração a redução da sua necessidade energética, favorecendo a superalimentação e o consumo elevado de calorias, que pode exceder o gasto energético e resultar em ganho de peso.

Todos esses fatores podem levar ao sobrepeso e consequente obesidade, doença nutricional que mais acomete animais domésticos e está associada diretamente com a diminuição da expectativa de vida, distúrbios ortopédicos e doenças metabólicas, como por exemplo, a diabetes mellitus.

Estudos revelam que a obesidade também pode ser fator de risco para o desenvolvimento de doença do trato urinário inferior felino, principalmente as urolitíases (cristais ou cálculos urinários).  Dessa forma, a alimentação específica e o manejo alimentar adequado para gatos castrados são fatores importantes para evitar o sobrepeso, obesidade e suas consequências.

Seguindo a classificação de escore de condição corporal (ECC) de nove pontos, são considerados em sobrepeso animais com escore 6 e obesos animais com escore 7, 8 e 9.

É importante uma avaliação nutricional do médico-veterinário para interpretar o ECC do seu gato e orientar quanto ao alimento mais indicado para ele.

Mesmo que o gato tenha sido castrado ainda filhote, o alimento para gatos castrados deve ser introduzido a partir de 1 ano de idade, para permitir que ele tenha um completo crescimento e desenvolvimento sem restrição energética. Para que o animal se mantenha sempre saudável e em boa forma, é importante oferecer a ele um alimento de alta qualidade, que atenda às suas necessidades nutricionais e proporcione os benefícios específicos para essa condição fisiológica.

Conheça os principais diferenciais encontrados em um alimento de qualidade para gatos castrados:

Alto teor de proteínas

É interessante unir fontes de alto valor biológico e alta digestibilidade para ter um melhor aproveitamento dos aminoácidos, manutenção da massa muscular e melhora da composição corporal dos felinos castrados.

Menor teor energético

Para evitar o consumo excessivo de calorias, considerando a taxa metabólica basal mais baixa e o gasto energético do animal;

Ingredientes funcionais como a L-carnitina

É um ingrediente importante para auxiliar na metabolização das gorduras e promover a manutenção do peso ideal.

Controle do pH da urina e prevenção de doenças do trato urinário

O controle do pH da urina na faixa entre 6,2 e 6,8 associados ao correto balanceamento da matéria mineral é essencial para evitar problemas urinários advindos da dieta em gatos, reduzindo a supersaturação e consequente formação de urólitos no trato urinário.

Teor de fibras mais elevado

As fibras auxiliam na manutenção da saciedade e redução da densidade energética dos alimentos, contribuindo para o controle calórico alimentar.

Pensando nos hábitos de higiene dos felinos através da lambedura e a consequente ingestão dos pelos, a presença de fibras especiais, como a celulose, fibra de cana-de-açúcar e a polpa de beterraba auxiliam na regularização do trânsito intestinal e facilitam a eliminação desses pelos ingeridos, evitando a formação das bolas de pelo que geralmente são regurgitadas ou podem trazer complicações como a obstrução intestinal.

*A necessidade energética do gato pode variar conforme a raça, linhagem, porte, estilo de vida, temperamento e nível de atividade, portanto cabe ao médico-veterinário avaliar individualmente casos que tenham uma exigência diferenciada.