O excesso de peso pode ocasionar diversos problemas de saúde. Conheça os principais passos para obter sucesso em um planejamento estratégico de emagrecimento.

Em 2020, a Pesquisa Nacional de Saúde, feita pelo IBGE, relatou que houve um aumento expressivo na prevalência da obesidade em adultos no Brasil. Esse quadro é bastante preocupante, uma vez que a obesidade é a doença crônica mais frequente em humanos, assim como é em cães e gatos.

Com a humanização dos animais, casas cada vez menores e passeios restritos devido à pandemia, a taxa de sobrepeso dos animais vem preocupando médicos-veterinários, tendo em vista que o sobrepeso quando não controlado pode levar à obesidade e causar diversos problemas de saúde, como por exemplo diabetes mellitus, doenças cardíacas, complicações ortopédicas, dificuldades respiratórias, entre outros.

Como ocorre o ganho de peso em animais?

O ganho de peso pode acontecer principalmente devido ao desequilíbrio entre a ingestão e o gasto calórico, onde o animal acaba ingerindo mais quilocalorias do que utilizando. Outros fatores também podem estar envolvidos no ganho de peso, como predisposições genéticas, castrações, sedentarismo, distúrbios hormonais e o uso de medicamento contínuo.

Como saber se meu pet está em sobrepeso?

Para um animal ser considerado em sobrepeso, ele precisa estar 15% acima de seu peso ideal, e é nesta fase que devemos começar a fazer uma restrição alimentar para evitar futuros problemas com um quadro de obesidade. Seguindo a Classificação de Escore Corporal (ECC) de nove pontos, são considerados com sobrepeso os animais inclusos nos valores 6 e 7, enquanto animais com obesidade são os inclusos nos valores 8 e 9.

 

 

Ao perceber que um animal encontra-se acima do escore 5 da tabela, o primeiro passo é levá-lo ao médico-veterinário, para que se avalie a causa do ganho de peso. Durante essa avaliação nutricional serão analisados alguns fatores, como: o ambiente em que esse animal vive, a quantidade e tipo de alimento oferecido, a frequência de alimentação, o número de animais que convivem no mesmo local, entre outros. Todos esses fatores são importantes para avaliar, calcular e balancear da melhor forma possível uma dieta com quantidades adequadas para o animal.

Cuidados com a alimentação

Existem no mercado alimentos específicos para essa fase da vida, que são nomeados Alimentos Light. Esses produtos comerciais podem ajudar o proprietário a fazer o controle do peso, pois conseguem controlar o balanço energético diário e, ao mesmo tempo, evitar que o animal desenvolva alguma deficiência nutricional, uma vez que são alimentos completos e balanceados. Além disso, o alimento light possui vários benefícios, como proteínas nobres, que auxiliam na composição da massa muscular; baixo teor de gordura, para reduzir o consumo de quilocalorias; alto teor de fibras, que promovem a saúde intestinal e auxiliam na saciedade e presença de L-carnitina, para auxiliar na perda de peso.

É importante lembrar que animais filhotes não devem seguir dietas restritas, pois estão em fase de desenvolvimento. Uma alimentação desbalanceada nesta fase da vida pode causar danos de saúde para esses animais. Portanto, os alimentos light devem ser consumidos somente por animais adultos.

Durante o processo de emagrecimento com uma dieta específica e balanceada, é importante que seja feito o acompanhamento veterinário pelo menos uma vez por mês, pois os frutos do esforço entre proprietário e pet são poucos gramas semanais que, quando somados, fazem toda a diferença. Além disso, sempre que o animal consegue emagrecer um pouco, é necessário ajustar a quantidade de alimento, para evitar o estresse da sensação de fome prolongada desse animal.

Outro ponto importante é o fornecimento inadequado de petiscos e agrados, que pode comprometer todo o planejamento estratégico da perda de peso. Na maior parte das vezes, os agrados são muito calóricos e possuem poucos nutrientes para o animal, o que acaba excedendo a quantidade calórica diária recomendada. Caso não seja possível retirar completamente os agrados da dieta, o mais interessante é escolher um petisco que contenha a informação calórica completa na embalagem, e remover essa quantidade de calorias da ingestão diária, evitando assim ultrapassar as necessidades do animal.

Por fim, nenhuma dieta é feita sem que haja exercícios físicos, pois eles são importantes para manter o balanço energético negativo e auxiliar na manutenção da massa muscular. Para animais sedentários são recomendados exercícios leves, de baixo impacto, de até no máximo 30 minutos por dia, como brincadeiras e passeios.

IBGE: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv101758.pdf